Subsídios em
grego bíblico da autoria de Luiz Sousa é uma tentativa de despertar no leitor
da Bíblia Sagrada o gosto pela busca, descoberta e reconhecimento do verdadeiro
sentido das palavras do texto original grego para a sua tradução em português.
A obra traz uma “Introdução à fonética do grego bíblico”, como primeiro
capítulo, apresentando as explicações fonéticas de um modo simples e claro para
o leitor interessado em iniciar seus estudos em grego. O segundo capítulo “Vocabulário
etimológico e sinonímico” é o núcleo desta obra, que apresenta uma lista
grandiosa de palavras portuguesas em ordem alfabética com as diversas formas,
que aparecem em grego no Novo Testamento, e que compartilham, de um modo geral,
o campo semântico apresentado pelas palavras em português. Há ainda a
informação acerca da etimologia grega de tais vocábulos associada a uma
concordância bíblica exaustiva.
“Sugestões de alternativa para a
tradução de alguns textos bíblicos” é o capítulo mais audacioso deste livro,
que serve como demonstrativo daquilo que se busca ao trabalhar o vocabulário do
Novo Testamento grego na sua sinonímia, que seria uma melhor precisão na
tradução para melhorar a interpretação do texto sagrado... O capítulo “Correções
do dicionário de grego” na verdade é relativo ao “Léxico do Novo Testamento
Grego/Português” de Gingrich e Danker da editora Vida Nova; ele mais parece uma
errata do próprio livro, apontando alguns erros pontuais pela falta ou excesso
de acento ou espírito, há, no entanto, alguns acréscimos de referencias
textuais.
“As regras gramaticais do grego
bíblico” é o capítulo mais argumentativo e bem escrito desta obra; Luiz Sousa
introduz inteligentemente o tema, com ampliações culturais e uma boa exortação
ao leitor para a abertura ao conhecimento que enriquece a fé; passando para uma
elaborada investigação gramatical e textual da colocação do artigo no grego
clássico e koiné; apontando ainda características próprias de um autor não tão
versado em grego, como parece ter sido o apóstolo João. E por fim, analisa uma
teoria acerca do tema e indica sua própria interpretação teórica.
Os demais capítulos talvez
fossem mais apropriadamente denominados itens, pois são cinco em apenas doze
páginas e podem ser elencados em um só capítulo, são eles: “Crítica às obras de
grego brasileiras”, “Tradução e interpretação bíblica”, “Crítica às obras de
grego brasileiras”, “Tradução e interpretação Bíblica”, “Crítica ao Novo
Testamento interlinear”, “Antítese sobre a tese das escolhas dos manuscritos” e
“As melhores traduções da Bíblia”. Percebe-se que são todos pontos de vista do
autor, que manifesta o que considera pontos negativos de gramáticas gregas
brasileiras, mas talvez fosse interessante se manifestar também com a mesma
ênfase sobre os pontos positivos. De qualquer maneira, nas suas antíteses acaba
escolhendo o meio termo e a simplicidade, concluindo sua obra com a palavra
Koiné, privilegiando o ‘comum’, em contraposição ao erudito.
Ana Maria
César Pompeu
Prof(a).
Dr(a). em Língua e Literatura Grega
Núcleo de Cultura Clássica - UFC
Como faço para adquirir este livro? Sou de Cabo Frio, RJ.
ResponderExcluir