A Inglaterra foi o primeiro país a realizar transformações
econômicas decorrentes da Revolução Industrial, partindo na frente de França e
Alemanha que viviam ainda sob o regime feudal.
Na França,
tal inovação entrou em conflito com os interesses dos nobres e do clero. Esses
dois usufruíam muitos privilégios que lhes seriam retirados com a inovação
econômica do capitalismo. Entretanto, verifica-se naquela sociedade interesses
pelas reformas.
O pensamento
social francês é despertado e alguns aspectos passam a ser apregoados: o poder
da razão para obter conhecimento, o empirismo, o antropocentrismo e o
progresso.
Neste
período, tão intenso da história, está também em evidência a valorização da
língua pátria, demonstrado em movimentos culturais. Diderot e D’Alembert iniciaram a proposta de concentrar os
temas do conhecimento numa enciclopédia. Eles e outros, como Voltaire,
Rousseau, Montesquieu e D’Holbach foram os mais famosos.
Para
Descartes, o racionalismo enfatizava o processo dedutivo, através do qual,
partindo de verdades autoevidentes e inatas, deduziam-se novos conhecimentos.
Para Locke e Newton o método coerente deveria ser o da observação e da
experimentação. Outros teóricos também elaboraram questões para provar como se
produzia o conhecimento científico. Newton propunha a análise (experiência e
observação) e Condilac justifica-o nas impressões. Montesquieu propõe modelos
políticos para teorizar estado e sociedade.
Disseram em
suas abstrações que a ideia do sobrenatural ou do divino deveria ser abolida,
já que todos os fenômenos naturais e sociais podem ser explicados
cientificamente. Uma tentativa de negação a Deus, impulsionado pelo
obscurantismo provocado pelo catolicismo na Idade das Trevas.
O
racionalismo empirista posicionou-se contra os dogmas e ideias preconcebidas,
crenças (religião), preconceito e ignorância, em virtude de serem meios que
impediam a ideia da razão, ou seja, o antidogmatismo constrói seus fundamentos
afirmando o uso da observação, da experimentação e da razão, meios pelos quais
se chega a todo conhecimento.
Ainda neste
período, há uma tentativa ampla de provar que aquela ideia preconcebida de que
tudo aquilo que acontecia no mundo exterior tinha haver com a intervenção
divina era falsa. Foi assim, segundo os iluministas, provado que tudo não
passava de processos naturais. Buffon, Diderot, La Mettrie e Maupertus
teorizaram suas afirmações em provas empíricas.
Assim, Deus
é deixado de lado e os pensadores aludem à necessidade dos homens tomarem o
governo de suas vidas remodelando-as para uma condição social melhor, já que o
conhecimento produziria tal processo.
Contrapondo-se
a este último detalhe da ideologia instaurada, Rousseau faz uma reflexão
acertada quando dizia que a sociedade não progrediu. Seu argumento estava
vinculado ao fato desta nova sociedade ter decaído no nível dos costumes,
valores e práticas, e haver dado à luz as desigualdades sociais, injustiças e
arbitrariedades.
Locke, Voltaire, Rosseau e Diderot
Cassirer
afirma que a tentativa de Rousseau, com sua obra intitulada Contrato Social
de submissão voluntária, era a de substituir o racionalismo teórico por um
ético.
Fazendo um
balanço do iluminismo, relacionamos: os questionamentos que inovaram a
sociedade; os aspectos econômicos, jurídicos e religiosos; as características
comuns dos homens e seus direitos; o indivíduo como o responsável pela direção
da própria vida e da sociedade; as teorias da ética nutrindo a ideia do homem
ser de natureza sociável; a linguística revelando um interesse científico; a
preocupação com as questões metodológicas e com a ampliação do modelo de
investigação das ciências naturais a outras ciências.
Apesar de
todo este intelectualismo, tais ideias encontraram resistências. Um dos grandes
motivos era o fato delas favorecerem os interesses das classes a que
pertenciam, objetivando colocá-las no poder. Como consequência, Voltaire deixou
Paris, Diderot passou seis meses no cárcere, Rousseau fugiu e La Mettrie foi
exilado.
Por Heládio Santos
Bacharel em Ciências Sociais
Especialista em Comunicação e Teologia Histórica e Dogmática
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