"A meu ver, nossos institutos bíblicos precisam passar por uma considerável revolução de seus currículos e estratégias didáticas na preparação dos ministros da Palavra” (Leonard Ravenhill).
Leonard Ravenhill foi um inflamado evangelista metodista que faleceu em 2001. As suas reuniões evangelísticas na Inglaterra durante a guerra provocavam um grande engarrafamento no trânsito. Ele estudou no Cliff College sob a direção do piedoso Samuel Chadwick.
Os escritos de Ravenhill e Chadwick sobre oração e avivamento são uma prova viva de que o conhecimento teológico não precisa estar separado da vida devocional intensa. Para esses homens, os seminários deveriam ser o berço do avivamento, como tantas vezes aconteceu.
Ravenhill e Chadwick, conhecedores do modelo universitário pietista, ficaram chocados quando perceberam que o academicismo estéril dominara os seminários e institutos bíblicos. Esse academicismo tem tomado conta dos seminários e faculdades teológicas do Brasil, principalmente pelo desejo de projeção cultural dos teólogos de baixa estima.
E. M. Bounds (1835-1913) disse:
“Uma escola que ensinasse os pregadores a orar, da maneira que Deus leva a oração em consideração, traria mais benefícios para a santidade verdadeira, para a adoração verdadeira e para a pregação verdadeira que todos os seminários teológicos [...] Ficamos reclusos para estudar, tornamo-nos estudantes, devoradores de livros e da Bíblia, preparadores de sermão, conhecidos pela literatura, pela reflexão e pelos sermões; mas, quanto ao povo e a Deus, onde estão? Fora do coração, fora da mente. Os pregadores que são grandes pensadores e grandes estudiosos precisam ser grandes na oração. Caso contrário, serão os maiores dos apóstatas, profissionais desalmados, racionalistas, menores que o menor dos pregadores aos olhos de Deus [...] Uma escola teológica que alargue e cultive o coração é o desiderato de ouro do evangelho”.
Precisamos entender que o evangelho fala não só a mente, mas ao coração. A mente é lugar de passagem, mas o coração é o lugar de instalação. Um cristianismo sem sentimentos é falso. Jonathan Edwards explicou-nos que a verdadeira religião se revela em santos afetos, em fogo espiritual.
Alexandre Knox, um filósofo cristão do século XVIII e amigo pessoal de John Wesley, disse:
“Existe, na minha concepção, nas leis grandiosas do mundo moral, um tipo de compreensão secreta, semelhante às afinidades na química, entre a verdade religiosa corretamente promulgada e os sentimentos mais profundos da mente humana. Onde uma delas for devidamente exposta, a outra surgirá. Não nos ardia o coração? – mas para isso acontecer é indispensável que existam sentimentos de devoção naquele que fala.”
Precisamos juntar o que houve de melhor nos puritanos com o que houve de melhor nos metodistas primitivos. Os puritanos souberam reconhecer a profunda miséria da condição adâmica do homem, mas a eles faltou aquela profunda consciência do lado vitorioso da redenção que inflamou os metodistas.
O INSTITUTO PIETISTA DE CULTURA procura juntar cultura teológica com piedade devocional, estudo reflexivo com oração fervorosa e apologética com avivamento. Vamos orar pelo IPC e vamos crer que ele vai ser o solo fértil de onde brotarão pregadores ungidos que serão usados por Deus para trazer um grande avivamento espiritual!!
Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho