Em 1603, Jaime VI da Escócia tornou-se o rei Jaime I da Inglaterra, dando início à dinastia dos Stuarts. Os problemas anteriores do rei com o sistema presbiteriano na Escócia o levou a reforçar o episcopado na Inglaterra. Ele firmou o modelo litúrgico de inspiração católica e a disciplina estatal na igreja.O seu filho, Carlos I (1625-1649), casou-se com uma católica, aumentando a aproximação do anglicanismo com o papismo.
Muitos pastores anglicanos dessa época foram oportunistas e ambiciosos. O seu despreparo para pregar e suas dívidas os levaram a “vender” o uso dos púlpitos para pregadores provenientes da Universidade de Cambridge. Muitos desses pregadores eram puritanos, pois o puritanismo era bastante influente na Universidade de Cambridge.
Os puritanos tentaram reformar a igreja anglicana a partir de dentro, mas quando os tribunais episcopais começaram persegui-los, eles se tornaram separatistas, dando origem ao congregacionalismo não-conformista.
Nessa história toda, algumas coisas devem ser destacadas. Em primeiro lugar, lembramos que os puritanos começaram pagando para pregar, o que revela que eram homens convictos e não mercenários (como muitos neo-pentecostais de nossos dias). Em segundo lugar, as universidades daquele tempo eram bem diferentes das de hoje, pois foram o solo de onde brotaram muitos pregadores piedosos. Em terceiro lugar, é de se lamentar como universidades como a de Cambridge se afastaram de Deus.
Nós estamos precisando de instituições educacionais de qualidade que preparem homens intrépidos e versados nas Escrituras. Esses serão os que poderão influenciar culturalmente a sociedade através do cristianismo.
Necessitamos de homens que cultivem o intelecto a serviço do evangelho, homens que “paguem” para pregar a verdade.
Os puritanos não se tornaram “liberais” por sua formação universitária. Antes, eles se tornaram lendários pelo rigorismo moral. Eram contra o luxo, danças, jogos, etc.
Os puritanos eram intelectuais, mas não eram arrogantes. Eles criam que tudo de bom que possuíam provinha da graça divina. A glória só a Deus era devida. Eles não ocupavam os seus cargos por ambição terrena, mas porque criam que haviam sido chamados por Deus para uma santa vocação. Entendiam as oportunidades que tinham como manifestação da providência de Deus.
Precisamos em nossos dias de um seminário que não apenas promova o conhecimento, mas também a disciplina e a piedade. Precisamos aprender atitudes e não apenas doutrinas. As principais atitudes a serem aprendidas referem-se à abertura para graça, o desejo de glorificar a Deus, o senso de dever na vocação e a fé na previdência.
Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
(Diretor do IPC)
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